Nosso setor cresce muito mais rápido do que a capacidade do governo de colocar dinheiro, explica diretor técnico da CNA –
Lançado nesta terça-feira (27) pelo Governo Federal, o Plano Safra 2023/24, apresentou foco na produção sustentável e na agropecuária com baixa emissão de carbono. O recurso anunciado é no valor de R$ 364,22 bilhões para o setor agropecuário, um aumento de 27% em relação ao Plano anterior. Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, Alessandro Coelho, mesmo sendo um valor recorde, não sanará os problemas do setor e o produtor ainda pode ter problemas, considerando as taxas de juros.
Serão disponibilizados R$ 272,12 bilhões para o custeio e comercialização e outros R$92,10 bilhões para linhas de investimento. As taxas de juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o programa.
“O recurso este ano, está em linha com o plano safra anterior. Você tem mais recursos, mas acompanhados de taxas de juros mais ou menos nos mesmos patamares. Considerando claro, que Selic este ano está muito mais alta, então temos uma perspectiva de juros negativos maiores, para o plano safra. O produtor está de certa forma pagando mais barato no plano este ano, mas em termos relativos. Sabemos que a questão do custeio é só uma ponta dos problemas do produtor, esse ano temos muitas questões com armazenamento, logística, é preciso ver em que sentido o plano vai trazer benefícios para esses tipos de gargalos”, explicou o economista do SRCG, Staney Barbosa.
Dias antes do anúncio do Plano Safra, durante o Interagro, evento realizado pelo SRCG, o diretor técnico da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Lucchi, detalhou o panorama dos próximos passos da política pública, diante do cenário da produção brasileira, que neste ano representou um período desafiador para o produtor rural.
“O que queremos é ter previsibilidade, essa é a palavra-chave. O produtor teve um ano desafiador, sua margem reduziu, a última safra foi a mais cara, então precisamos da previsibilidade. Agora, apontamos para o mercado privado, já que temos um grande problema de investimento e custeio. Apontamos o direcionamento para o mercado privado, pois nosso setor cresce muito mais rápido do que a capacidade do governo de colocar dinheiro, pois é um setor que demanda tecnologia e tecnologia demanda dinheiro”, expressou.
Fonte: AgroA