Por Blogdovaldemir –
As pesquisas eleitorais são amplamente noticiadas pela mídia tradicional e debatidas nas redes sociais, em tempos de eleição, aumentando assim o interesse das pessoas em expressões como margem de erro e amostra. Esses e outros termos deixam muitas dúvidas em quem não está acostumado a conceitos estatísticos, que são fundamentais para entender os resultados de qualquer pesquisa de opinião, seja ela eleitoral ou de outro tipo.
A pesquisa deve divulgar informações básicas. O primeiro passo para identificar pesquisas idôneas é verificar o grau de transparência da metodologia, tais como: o número de pessoas entrevistadas, o perfil delas e como elas foram selecionadas; período e forma da coleta; e como as estimativas foram calculadas para alcançar o resultado final. Ou seja, deve conter no mínimo informações sobre a amostra, a coleta, a forma de ponderação e a margem de erro.
O principal motivo para se utilizar amostras em pesquisas eleitorais é tornar viável sua realização. Entrevistar todos os eleitores seria muito caro e demorado. Por outro lado, para garantir a confiabilidade dos dados, é necessário que no grupo de entrevistados haja representantes dos vários perfis da população como um todo. Por isso, fatores como idade, escolaridade, gênero, cor e raça, entre outros, devem ser levados em consideração.
Pesquisas eleitorais são uma tentativa de captar a intenção de voto do cidadão, em um momento específico, por meio de um número limitado de entrevistas. É, portanto, um esforço de medir o todo a partir de uma parte.
Uma analogia comum em pesquisa é que, da mesma forma que se prova uma única colher de sopa para se sentir o sabor de um caldeirão completo, basta uma parcela da população-alvo para se conhecer a opinião da população como um todo. Mas não é qualquer parte. Para determinar o perfil dos entrevistados, é fundamental que se faça um bom delineamento amostral, que nada mais é do que o planejamento detalhado do processo de seleção dos entrevistados.
Na reta final da campanha eleitoral, as pesquisas sobre intenções de voto tomam conta do noticiário e são uma fonte de informação importante tanto para os candidatos quanto para os eleitores.
As pesquisas são bastante controladas pela Justiça Eleitoral e buscam refletir as características da população. A Lei Eleitoral estabelece que devem ser declinadas na hora do registro todas as ponderações por idade, por sexo, por local de moradia.
Desconfiança nas informações
Somente pesquisas registradas na Justiça Eleitoral podem ser divulgadas pelos partidos, candidatos e meios de comunicação. Há desconfiança entre empresas de que as pesquisas autofinanciadas trazem resultados que são peças de publicidade política para promover pré-candidatos ou inviabilizar concorrentes antes das Convenções Partidárias que devem ocorrer até 5 de agosto.
Entra e sai eleição, e alguns mitos sobre pesquisas eleitorais seguem sendo repetidos. Quem já ouviu alguém bradar, em tom de desdém, que nunca foi entrevistado por um instituto de pesquisa e que, por isso, elas não seriam confiáveis? Ou que os levantamentos eleitorais erraram esse ou aquele resultado da votação? Esses são erros de concepção comuns entre os eleitores.
Uma foto não é igual a outra
Caros amigos e leitores do Blog do Valdemir, a pesquisa é uma fotografia do momento. Você pode tirar várias fotografias ao longo do tempo para tentar ver tendências. Só que é falacioso dizer que a pesquisa errou ou acertou porque, antes ou no dia da eleição, existem dinâmicas no eleitorado que podem fazer com que os eleitores mudem de opinião. Uma pesquisa realizada uma semana ou um dia antes da eleição retrata aquele momento, não vai ser um prognóstico do que vai ser na eleição. Algo pode mudar, pode ter algum acontecimento político, por exemplo.
Mas….o que adianta um candidato ou candidata encomendar uma pesquisa para ver como esta sua caminha política se ele mesmo e seus assessores não sabem ler os números de uma pesquisa, fazer a matemática dos números apresentados, se sua aceitação esta boa ou ruim.
Alô candidato: É melhor contratar uma pessoas que sabe fazer a leitura de uma pesquisa pra errar na sua caminhada política, ver se você está no caminho certo.
Muitas pessoas, que nunca estudaram Estatística, questionam as pesquisas eleitorais porque poucas pessoas são entrevistadas. Claro, nem sempre é tão simples assim, já que, às vezes, como é o caso das pesquisas eleitorais, o todo sobre o qual queremos uma informação é mais complexo, mais heterogêneo que a sopa ou o sangue.
A primeira coisa que você deve fazer ao ler uma pesquisa eleitoral é verificar qual foi a data anterior que o mesmo instituto publicou um estudo sobre o tema. A informação mais precisa que você pode extrair de um levantamento é a tendência da pontuação de cada candidato (crescimento, queda ou estabilidade). Isso ocorre porque os estudos se tornam mais confiáveis quando se repetem periodicamente, o que minimiza as possibilidades de erro.
Sé pra constar
Uma pesquisa eleitoral, para dar certo, precisa de três fatores: sorteio probabilístico não tendencioso, uma adequada técnica de amostragem e o correto tratamento das informações e dados com imparcialidade.
Os erros na interpretação dos dados podem, inclusive, afetar a campanha de um candidato, pois ele pode ser prejudicado em função de coleta de dados mal feita.
A pesquisa é excepcional? Sempre vai haver uma ou outra pesquisa que diverge muito dos levantamentos imediatamente anteriores. Em alguns casos, isso indica de fato uma mudança na intenção de votos; mas em outros casos, a pesquisa pode simplesmente ter errado por azar ou por algum problema na amostragem. Como regra geral, o melhor a se fazer é “interpretar” pesquisas excepcionais com “parcimônia”, e esperar outros resultados que confirmem ou sobrepujem os resultados excepcionais.
Bom… Será que alguém pegou a visão? Foi um recado tá.