A agricultura 4.0 é o símbolo da chegada da era da informação, dos dados e da informatização ao campo. É por meio dela que iremos aumentar a produtividade e otimizar consumos do setor por meio de uma tomada de decisão assertiva por parte do produtor rural e por toda a indústria que o cerca. A tecnologia é o principal passo rumo ao futuro do agronegócio: um movimento urgente e extremamente necessário –
Com o aumento populacional apontado pela ONU em artigo publicado em 2019, diversos pontos sociais serão impactados: aumento da necessidade de alimentos, água, bens naturais e, consequentemente, a produção industrial e agrícola. Ações preventivas são extremamente relevantes e necessárias para garantir a segurança alimentar da população e a sustentabilidade planetária necessária para que o mundo continue a ser habitável.
Os mecanismos digitais da agricultura podem auxiliar e garantir que estejamos sendo eficientes e sustentáveis na medida correta, a fim de garantir segurança para a crescente população. A tecnologia aplicada, por exemplo, para medição do consumo de água pode auxiliar na mitigação do desperdício. Já o mapeamento adequado de campos e plantações pode ser útil para que a irrigação e/ou pulverização não sejam prejudiciais para a terra.
Outro fator determinante e com impacto em mudanças climáticas e ambientais é a utilização adequada do solo. Ou seja, a utilização do mapeamento e da agricultura inteligente e digitalizada permitem o aumento da produção de alimentos em um espaço menor, reduzindo o desmatamento. Diversos países como Alemanha, Holanda e Bélgica são exemplos de que se pode produzir significativamente com pouca área cultivada, aumentando, assim, a sustentabilidade do meio.
Segundo o estudo da TIC Domicílios, publicado em 2019, a população rural tem aumentado o acesso à rede mundial de computadores, o que significa bons passos para o futuro. Diversas fazendas e empresas estão iniciando a implantação de metodologias inteligentes e digitais para otimizar e aumentar a eficiência em seus campos de produção, através da implementação de sensores inteligentes que permitem uma leitura mais assertiva do solo, do consumo, das máquinas, do clima e do crescimento de suas plantações. É possível utilizar esses recursos de forma reduzida e que agrida menos o meio ambiente. O uso de equipamentos móveis inteligentes, que fazem colheita, plantio e irrigação de forma autônoma, também permite o aumento da produtividade e a consequente redução da área cultivada.
O Brasil ainda tem desafios significativos com relação ao acesso às tecnologias no campo, devido à sua cobertura. A expectativa é que, em alguns anos, com a expansão do 5G, os agricultores possam ter mais acesso a tais métodos de cultivo. Também é vital a profissionalização e educação da nossa agricultura e a democratização do acesso a este tipo de informação, principalmente na agricultura familiar. Em passos lentos e esperançosos, caminhamos rumo ao futuro do agronegócio.
Robson Rodrigues é gerente nacional de Vendas na multinacional alemã ifm