Alessandra Zambaldi
Antes da crise, causada pela pandemia, os problemas ambientais e sociais, já impactavam não só no Brasil, mas em diversas partes do mundo. Agora, com a pandemia, tais dificuldades estão mais evidentes.
Prova disso é o que mostra o levantamento divulgado em abril deste ano denominado “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil” feito por pesquisadores do grupo “Alimento para Justiça” da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de Brasília (UnB). O estudo mostrou que quase 60% da população brasileira enfrentava no final do ano passado algum grau de insegurança alimentar – que significa falta de acesso aos alimentos ou também a substituição de alimentos ricos em vitaminas por aqueles que não oferecem muitos nutrientes, na tentativa de economizar – equivalente a 125 milhões de brasileiros.
E a dificuldade dessa população carente em ter uma dieta adequada aumentou neste período. É o que mostra o levantamento mundial que evidencia a crise alimentar, o Mapa da Fome – estudo feito pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) – mostrou que o Brasil, terrivelmente, poderá voltar à miséria no balanço realizado em 2020.
Tal Mapa estuda a situação global de carência alimentar. Como comparativo da gravidade do problema, um país só entra nesse ranking quando a subalimentação afeta 5% ou mais da população. Países como Venezuela, México, Índia, Afeganistão e nações africanas estão presentes no Mapa da Fome. O que é extremamente preocupante e um retrocesso já que nós, brasileiros, deixamos esse grupo em 2014.
Papel social vindo de empresas se faz necessário
Tal problema social no Brasil, como tantos outros, é originário de problemas econômicos e políticas públicas ineficientes e que precisam de maior atenção. Para a diretora de marketing da Alpfilm®, Alessandra Zambaldi, o interesse em resolver e diminuir os danos sociais e também ambientais – agravados drasticamente na pandemia – não deve estar apenas nas mãos do Estado, mas também é responsabilidade de toda população e também de instituições privadas.
“Para isso, a responsabilidade social empresarial é tão necessária atualmente, pois é o momento em que empresas se mostram solidárias e dispostas a ajudar a sociedade com projetos que visam tal melhoria”, afirma a profissional.
Ao pensar em soluções para ajudar na redução desperdício de alimentos em São Paulo, a Alpfilm®, fabricante de plástico filme PVC, doou neste ano diversos materiais para a ONG Banco de Alimentos, associação que recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio, mas ainda estão bons para consumo, e os distribui para a população mais necessitada na cidade.
A doação incluiu sacos picotados (para legumes e frutas), sacos plásticos com capacidade de até 20kg para a colheita urbana e stretch filme para unitização dos pacotes e transporte, o que facilita a conservação correta dos alimentos e minimiza o desperdício.
A ONG Banco de Alimentos contribui para a alimentação de mais de 20 mil pessoas todos os dias na cidade.
Além disso, a Alpfilm está fechando parceria com a cooperativa Viva Bem, que recicla ou reaproveita itens que iriam para o lixo com o foco no descarte sustentável. Assim, a Alpfilm irá adquirir materiais plásticos reciclados vindos da cooperativa e implementar na linha de produção. Alessandra explica que os produtos reciclados serão utilizados nas linhas industriais da empresa e não no setor alimentício.
A especialista também afirma que a escolha da cooperativa não foi em vão. A associação atua com cooperados, muitos estrangeiros, que estavam em situação de vulnerabilidade social. Desta forma, desde 2004, a cooperativa oferece maior dignidade a estas pessoas, permitindo trabalho e renda, o que também viabiliza o crescimento da economia.
“A partir da parceria, também ajudamos o meio ambiente em dois momentos: deixa-se de adquirir insumos ‘novos’, diminuindo a aquisição de novas matérias primas e danos aos recursos naturais e também é despejado menos lixo no meio ambiente, trabalho feito por meio da reciclagem e reutilização dos materiais”, explica Alessandra.
Ganhos
O benefício de atuar com responsabilidade social empresarial vai além dos ganhos sociais e ambientais e também é sentido pelos próprios colaboradores, que trabalham melhor quando há uma causa/ um bem maior do que benefício próprio.
Além disso, contribuir para o desenvolvimento de um país menos desigual e mais sustentável oferecendo boas soluções e serviços são um dos pilares de grandes corporações. Desta maneira, todos ganham.