“substimou-se as dificuldades da produção em grande escala destas vacinas”.© JOHANNA GERON / POOL
A presidente da Comissão Europeia disse hoje que a União Europeia (UE) foi “demasiado otimista” quanto ao ritmo de produção de vacinas contra a covid-19, apelando à indústria farmacêutica para “se adaptar ao ritmo acelerado da ciência”.
“Esta luta contra o vírus não está como gostaríamos. Demorámos mais tempo na autorização e fomos demasiado otimistas na produção de vacinas e talvez tenhamos mostrado uma confiança de que o produto iria chegar atencipadamente e, portanto, temos de tirar ilações”, declarou Ursula Von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia, que falava na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para fazer um ponto de situação relativamente à estratégia da UE sobre a vacinação contra a covid-19 após várias polémicas com as farmacêuticas, insistiu que o bloco comunitário “substimou as dificuldades da produção em grande escala destas vacinas”.
Notando que, normalmente, “é preciso cinco a 10 anos” para criar uma vacina e que, desta vez, “isso foi feito em 10 meses”, a líder do executivo comunitário vincou que “a ciência ultrapassou a indústria” ao ter conseguido este “grande êxito”.
Ursula von der Leyen instou, por isso, as empresas farmacêuticas a “adaptarem-se ao ritmo acelerado da ciência”.
Ainda assim, fez questão de sublinhar que “a vacinação na Europa ganhou já um determinado ritmo”, apontando que, até ao momento, foram já vacinadas mais de 70 milhões de pessoas.
“E podemos conseguir que uma parte substancial da população adulta da UE seja vacinada até final do verão”, adiantou.
O debate decorre numa altura de tensão entre Bruxelas e as farmacêuticas, que não deverão entregar as doses acordadas com a Comissão Europeia para estes primeiros meses de 2021 por não terem capacidade de produção suficiente para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição.
Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.
O pico da terceira vaga da pandemia de covid-19 foi atingido em Portugal a 29 de janeiro com 1.669 casos cumulativos a 14 dias por 100 mil habitantes, estando o país agora numa “tendência decrescente”, segundo o especialista André Peralta, da Direção-Geral de Saúde (DGS).
Mais de 2,3 milhões de mortos no mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção.
Os países mais afetados continuam a ser os Estados Unidos, o México, a Índia Brasil .
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.