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Diferenciação entre produtos de leite, soro de leite e bebida láctea: entenda o que está por trás dos rótulos

O que você precisa saber sobre a composição e regulamentação dos produtos lácteos e suas alternativas –

A crescente variedade de produtos à base de leite e soro de leite, como “pó para preparo de bebida sabor leite” e “doce de soro de leite sabor doce de leite”, levanta dúvidas entre os consumidores sobre suas características nutricionais, regulamentações e valor econômico. As embalagens, muitas vezes semelhantes às de produtos lácteos convencionais, contribuem para a confusão. Para esclarecer essas questões, conversamos com especialistas da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Leite x Soro de Leite: Qual a Diferença?

O professor Luiz Ronaldo de Abreu, da Escola de Ciências Agrárias (Esal) da UFLA, explica que a produção de queijo envolve a transformação do leite em coalhada, que se divide em massa e soro. A massa se transforma em queijo, enquanto o soro é o líquido restante, que não contém a proteína caseína predominante no leite, mas possui proteínas solúveis, lactose, minerais e uma pequena quantidade de gordura. O soro pode ser encontrado em sua forma líquida ou em pó, como Concentrado Proteico de Soro (WPC) e Isolado Proteico de Soro (WPI), frequentemente usados como suplementos para ganho muscular.

Valor Nutricional do Soro de Leite

A professora Mariana Mirelle, da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), explica que o soro de leite, um subproduto gerado em grandes quantidades na produção de queijo, possui menos proteínas que o leite integral. Embora o soro seja frequentemente utilizado para substituir parcialmente o leite em produtos lácteos, essa substituição pode reduzir o valor nutricional dos alimentos. A inflação recente tem levado ao aumento de produtos lácteos reformulados com soro de leite, que, apesar de serem mais acessíveis, podem oferecer menor qualidade nutricional.

Soro de Leite: Análogo ou Ultraprocessado?

Sandra Maria Pinto, professora da Esal/UFLA, esclarece que o soro de leite, por si só, não é considerado um alimento ultraprocessado. No entanto, produtos que utilizam soro de leite como ingrediente, como alguns queijos e suplementos, podem ser classificados como ultraprocessados devido aos aditivos e ingredientes não lácteos presentes. Exemplos de produtos ultraprocessados incluem requeijão e leite condensado, que frequentemente contêm aromatizantes e conservantes. Já produtos como queijo ricota e soro em pó (WPC e WPI) não são considerados análogos a lácteos.

Diferença Entre Bebida Láctea e Iogurte

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a bebida láctea é composta por uma mistura de leite e soro de leite, podendo incluir gordura vegetal e outros ingredientes para sabor. Em contraste, o iogurte é produzido pela fermentação do leite com bactérias específicas, resultando em um produto com sabor ácido. O Mapa exige que os fabricantes identifiquem claramente a natureza dos produtos, mas a professora Mariana destaca que os consumidores devem estar atentos às informações nos rótulos para fazer escolhas mais informadas. Iogurtes oferecem maior teor de cálcio, proteínas e bactérias benéficas em comparação às bebidas lácteas.

Regulamentação e Qualidade dos Produtos

O marketing influencia fortemente as escolhas dos consumidores, e a regulação busca garantir a precisão das informações nos rótulos para evitar enganos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Mapa são responsáveis pela regulamentação dos alimentos, exigindo informações claras sobre ingredientes, valor nutricional e alérgenos. Sandra Maria Pinto reforça que rótulos incorretos ou enganosos podem induzir o consumidor a erro, e que é fundamental seguir as normas estabelecidas para garantir a qualidade e a transparência dos produtos.

Aspectos Sensoriais e Nutricionais

A professora Mariana observa que substituições de ingredientes, como trocar leite condensado por uma mistura de leite e soro de leite, podem afetar a textura e o sabor dos alimentos, como sobremesas. Ela ressalta a importância da educação alimentar para ajudar os consumidores a interpretar a qualidade dos produtos e fazer escolhas nutricionais mais adequadas. Com o surgimento de novas alternativas no mercado, é essencial que os consumidores estejam informados para evitar produtos de menor qualidade e fazer escolhas que atendam às suas necessidades nutricionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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