As declarações de Oslo acontecem no dia em que os EUA e os seus aliados, incluindo a União Europeia e a NATO, condenaram as atividades cibernéticas “maliciosas” por parte de Pequim, acusando o Governo chinês de estar por detrás de operações de extorsão contra as suas empresas e de ameaça à segurança nacional –
Lusa –
Sete meses após um primeiro ataque cibernético atribuído a piratas informáticos russos, o Parlamento norueguês anunciou em março que tinha sido vítima de um ataque cibernético que tinha como alvo, a uma escala global, os serviços de correio eletrónico do grupo Microsoft
A Noruega convocou esta segunda-feira um diplomata da Embaixada chinesa em Oslo, após uma invasão de computador considerada “inaceitável” contra o seu Parlamento por parte da China, de acordo com autoridades norueguesas.
Sete meses após um primeiro ataque cibernético atribuído a piratas informáticos russos, o Parlamento norueguês anunciou em março que tinha sido vítima de um ataque cibernético que tinha como alvo, a uma escala global, os serviços de correio eletrónico do grupo Microsoft.
“Convocámos a embaixada chinesa, hoje cedo”, anunciou a ministra dos Negócios Estrangeiros norueguesa, Ine Eriksen Soreide, durante uma conferência de imprensa.
“Quisemos deixar claro que esse tipo de ataque é inaceitável”, acrescentou a chefe de diplomacia da Noruega, referindo-se a uma operação que explorou vulnerabilidades intrínsecas do programa de correio eletrónico da Microsoft, tendo permitido acessos ilegítimos a dados cuja extensão ainda não foi especificada.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega disse que o ataque foi “extremamente grave”, visando o Parlamento, e que foi conduzido a partir da China, embora esta denúncia não incrimine diretamente as autoridades chinesas. A embaixada chinesa em Oslo não reagiu, para já, às acusações norueguesas.
Em 2010, a atribuição do Prémio Nobel da Paz ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo — embora tenha sido feita por uma comissão que não está ligada ao Governo norueguês – valeu à Noruega um conflito que arrefeceu as relações diplomáticas com a China.
As declarações de Oslo acontecem no dia em que os EUA e os seus aliados, incluindo a União Europeia e a NATO, condenaram as atividades cibernéticas “maliciosas” por parte de Pequim, acusando o Governo chinês de estar por detrás de operações de extorsão contra as suas empresas e de ameaça à segurança nacional.