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Contra a variante Delta, qual a vacina mais eficaz?

Por ECO – Economia Online –

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A variante Delta, associada à Índia e que se estima que seja entre 40% a 60% mais contagiosa do que a variante Alpha (detetada no Reino Unido), está a ganhar tração na Europa, pelo que o Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) acredita que represente 90% dos novos casos detetados na União Europeia até ao final de agosto.

Face a estas estimativas, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) avisou que esta estirpe “pode prejudicar seriamente os esforços para conter a pandemia”, pelo que apelou a que os países acelerem o ritmo de vacinação. Nesse sentido, o regulador europeu apontou como “vital” completar o esquema de vacinação contra a Covid-19, isto é, tomar as duas doses do fármaco (no esquema vacinal mais comum) para assegurar uma proteção adequada contra a variante Delta.

Uma das grandes incógnitas relativamente às vacinas contra a Covid-19 é a duração da sua proteção, bem como o facto de novas mutações do vírus, que dão origem a novas estirpes, eventualmente colocarem em causa a proteção conferida pelas vacinas atualmente disponíveis.

Até agora as evidências científicas apontam para uma elevada proteção de todas as vacinas aprovadas pelo regulador europeu contra a variante Delta, no que toca ao risco de hospitalização e óbito. “Estudos de eficácia no mundo real com uma série de vacinas demonstram uma boa proteção, especialmente contra doenças graves”, explicou Soumya Swaminathan, cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), em declarações ao Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Em causa está um estudo realizado divulgado pelo Public Health England (PHE), em junho, e que depois de analisar mais de 14 mil casos associados a esta variante no Reino Unido, demonstrou que as vacinas da Pfizer e da Oxford eram, respetivamente, 96% e 92% eficazes contra hospitalização, após a toma de duas doses das vacinas.

Esta elevada eficácia das vacinas no Reino Unido, onde a variante Delta é dominante e mais de metade da população foi totalmente vacinada, reflete-se ainda na taxa de mortalidade, que se situa atualmente nos 0,085%, ou seja, um valor 20 vezes inferior ao registado no pico, segundo Meaghan Kall, epidemiologista do PHE.

Maiores dúvidas centram-se na prevenção da infeção

Assim, é possível constatar que as vacinas contra a Covid-19 são altamente eficazes contra o risco de hospitalização, bem como de morte face a esta estirpe. Não obstante, atualmente uma das maiores incógnitas diz respeito à sua eficácia na prevenção da infeção, isto é, na efetiva transmissão do vírus.

Os primeiros dados do estudo realizado no Reino Unido indicavam, em maio, que a vacina da Pfizer era 88% eficaz na prevenção da infeção sintomática com a variante Delta, contudo, um mês depois essa percentagem foi revista em baixa, para 79%, segundo o Financial Times.

Um outro estudo canadiano, divulgado no sábado pelo mesmo jornal, revelou que a vacina da Pfizer tinha uma proteção de 87% na prevenção da infeção com a variante Delta, ao passo que, no que respeita à variante Alpha, o valor aumentava para 89%. Já um outro estudo realizado em Israel concluiu que a vacina da Pfizer era bastante menos eficaz contra a infeção sintomática com Delta, conferindo 64% de proteção.

Quanto a outras vacinas, a da Moderna mostrou-se eficaz contra a variante Delta, revelando apenas uma redução ligeira na resposta imunitária face ao vírus original. Também um outro estudo revelou que a vacina russa Sputnik V demonstrou ser 90% eficaz contra esta variante segundo revelaram os criadores do fármaco.

Já a Johnson & Johnson, dona da Janssen, revelou que a sua vacina de dose única consegue neutralizar a variante Delta, que está a ser responsável por um forte aumento de casos em todo o mundo, pelo que quem toma este fármaco obtém uma imunidade elevada de, pelo menos, oito meses.

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