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Nova agenda da FEBRABAN visa incentivar crédito para negócios verdes

Estudo destaca que atividades sustentáveis no Brasil movimentarão cerca de US$ 1,3 trilhão até 2030 –

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e a International Finance Corporation (IFC), membro do grupo Banco Mundial, divulgaram, nesta quarta-feira (17), comunicado no qual informam que vão trabalhar conjuntamente para acelerar o incentivo às finanças sustentáveis e o aumento do alinhamento do setor bancário com os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris. Esses são alguns dos pilares do memorando de entendimento assinado pelas duas entidades para o desenvolvimento de um Programa de Finanças Sustentáveis.

A parceria prevê ainda a disseminação de boas práticas de gestão dos riscos climáticos nas carteiras dos bancos, além de atividades de capacitação e promoção de novos negócios nas áreas de eficiência energética, agricultura sustentável, energia solar distribuída, construções sustentáveis e mobilidade, entre outras.

“Temos um papel importante para direcionar recursos a projetos e atividades que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Estamos engajados no desenvolvimento e adoção de várias medidas para que as atividades econômicas sejam mais eficientes, mais resilientes do ponto de vista climático e que estejam alinhadas com a conservação do capital natural”, diz o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que completa. “Negócios que adotem como premissa a conservação dos recursos naturais e que visem maior bem-estar social representam importantes oportunidades para o setor”.

“A parceria com a FEBRABAN é uma grande oportunidade de trazer conhecimento sobre as finanças verdes, que são estratégicas para o país”, afirma Carlos Leiria Pinto, Gerente Geral da IFC no Brasil. “Esse trabalho conjunto permitirá harmonizar metodologias e compartilhar ferramentas que facilitem os bancos a aumentar suas carteiras verdes, promover a transparência nos relatórios de impacto e desenvolver estudos de caso que incentivem o setor a avançar no financiamento verde”, acrescenta.

Estudo da IFC aponta que, para cumprir os compromissos assumidos pelos países de combate às mudanças climáticas, os negócios verdes movimentarão mais de US﹩ 23 trilhões globalmente até 2030. Na América Latina, estima-se que o volume será de US﹩ 2,6 trilhões, com base em um estudo com as quatro economias principais da região (Argentina, Brasil, Colômbia e México). Os setores mais importantes serão os transportes, edifícios sustentáveis, energias renováveis e eficiência energética. No Brasil, os investimentos estimados são de US﹩ 1,3 trilhão até 2030.

:: Green Banking Academy

No relatório Finanças Verdes na América Latina, publicado em 2017, a IFC analisou o estado das finanças verdes no setor bancário e apontou que a falta de conhecimento e da consciência do mercado está entre as principais barreiras para promover e impulsionar as finanças sustentáveis. Para responder a esses desafios, a IFC lançou, na Reunião Anual da FELABAN em 2018, o programa Green Banking Academy, uma iniciativa que visa acelerar a transformação para a economia verde, fortalecer esse negócio nos bancos e contribuir para um mundo mais sustentável. Nesse programa, a IFC apoia entidades financeiras a desenvolver, entre outras coisas, sua visão de economia verde, estratégia de médio e longo prazo e seus produtos e serviços verdes, para fortalecer seus compromissos de luta contra a mudança climática.

:: Agenda de sustentabilidade dos bancos

O acordo se soma aos esforços que o setor bancário brasileiro vem desenvolvendo nos últimos anos para sustentabilidade. Em dezembro passado, o Conselho de Autorregulação da Febraban aprovou a revisão dos compromissos de autorregulação voltados à gestão dos riscos socioambientais nas instituições financeiras.

A atualização incorporou temas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês) relevantes para a atuação dos bancos, a partir da evolução da agenda de sustentabilidade desde a data da publicação do Normativo, em 2014. Um dos destaques é o novo requisito para gerenciamento e reporte dos riscos e oportunidades das mudanças climáticas nos negócios das instituições.

Há mais de cinco anos, a Febraban já desenvolve um trabalho para mensurar os saldos dos financiamentos por atividades econômicas. A metodologia foi revisada em 2020 e implementadas três camadas de caracterização de análise dos fluxos de crédito, aqueles da Economia Verde, os que têm Exposição ao Risco Ambiental e os com maior Exposição às Mudanças Climáticas. Outros projetos, publicações e iniciativas da Febraban em sustentabilidade podem ser encontrados em: https://portal.febraban.org.br/pagina/3059/37/pt-br/responsabilidade-socioambiental.

Fonte:DATAGRO

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