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Mercado do Algodão Enfrenta Queda de Preços Após Meses de Alta

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Consultoria Agro do Itaú BBA analisa tendências de preço e produção para o algodão em 2024 –
Mercado do Algodão Enfrenta Queda de Preços Após Meses de Alta

Após quatro meses consecutivos de alta, os preços do algodão registraram uma queda significativa em abril. Em Nova York, a desvalorização foi de 12,3%, situando o preço em 82,70 centavos de dólar por libra-peso. No Brasil, o mercado nacional acompanhou essa tendência, com a pluma de algodão em Rondonópolis caindo 3,8%, para R$ 3,84 por libra-peso. As exportações brasileiras mantiveram um ritmo acelerado, com um aumento de 67,8% nos embarques entre agosto de 2023 e abril de 2024.

O levantamento indica que o balanço interno de oferta e demanda de algodão no Brasil deverá apresentar um aumento nos estoques finais, mesmo com as previsões de crescimento no consumo e nas exportações. As condições climáticas nas planícies do sudeste dos EUA, incluindo o Texas, Arizona e Novo México, têm favorecido o plantio e desenvolvimento das lavouras, sinalizando uma boa safra. Além disso, a redução das posições compradas por fundos e a diminuição das tensões no Oriente Médio contribuíram para a queda dos preços em Nova York.

No início de maio, os preços do algodão em Nova York caíram 6,6%, atingindo 77,23 centavos de dólar por libra-peso. No mercado interno, a oferta aumentada pelos vendedores, visando liquidar os estoques da safra anterior, também influenciou na redução das cotações, com a pluma caindo 3,7% em Rondonópolis, para R$ 3,68 por libra-peso.

A produção de algodão no Brasil na safra 2022/23 e as perspectivas de aumento para 2023/24 têm impulsionado o fluxo comercial da fibra. Os embarques continuaram intensos em abril, totalizando 2,15 milhões de toneladas no ano comercial iniciado em agosto de 2023. Com a produção estimada em 3,6 milhões de toneladas de pluma pela Conab, consumo interno crescendo 3%, para 700 mil toneladas, e exportações em cerca de 2,7 milhões de toneladas, os estoques finais de pluma devem fechar a safra 2023/24 em 2,4 milhões de toneladas, um aumento de 10% em relação à safra anterior.

A primeira projeção do USDA para a safra 2024/25 indica uma oferta global de algodão mais confortável. Com a recuperação dos preços coincidindo com o período de decisões de plantio no Hemisfério Norte, espera-se um aumento na área plantada nos EUA, reforçando a ideia de crescimento na produção mundial. Estima-se um incremento de 5% na produção global de algodão para 2024/25, liderado pelos aumentos no Brasil e EUA, com expectativas de crescimento na oferta de 15% e 33%, respectivamente.

O consumo mundial da fibra deve crescer 3%, um aumento menor que a produção, resultando em um acréscimo de 3% nos estoques globais, equivalente a 600 mil toneladas. Fora dos EUA, os preços fracos das culturas concorrentes podem favorecer a expansão da área plantada com algodão. No entanto, a demanda global por produtos têxteis tem sido moderada devido às altas taxas de juros e à inflação persistente. Dados macroeconômicos positivos, como os observados na economia chinesa, podem, contudo, ajudar na recuperação da demanda.

Para a safra 2024/25, a expectativa é mais otimista, apesar das incertezas. Entretanto, o algodão com vencimento em dezembro de 2024, referência para a fixação do preço físico da nova safra do Brasil, já é negociado abaixo de 80 centavos de dólar por libra-peso em Nova York (75 centavos de dólar por libra-peso), tendo alcançado próximo de 85 centavos entre fevereiro e março, seu maior patamar recente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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