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“Não existe mais território masculino no campo da medicina em Mato Grosso”, diz professora do curso de medicina da Unic –
No Brasil, profissionais mulheres se tornaram maioria nas novas inscrições junto aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) em 2009. Nesse ano, o percentual nacional chegou a 50,4%. A aceleração deste fenômeno é significativa também na atualidade, totalizando cerca de 60% em 2020. Em Mato Grosso, o dado do mesmo período é de 46,6% mulheres médicas inscritas no CRM/MT.
A professora do curso de medicina da Universidade de Cuiabá (Unic), que atua na instituição desde a fundação do curso, Luzia Leão, considera o aumento do número de mulheres na área, um avanço significativo. “Este ano chegamos a 40ª turma de medicina da Unic e durante o tempo assistimos a esse crescimento de forma muito forte. Desde a 29ª turma, tenho observado cerca de 60% mulheres em salas de aula, nos laboratórios, ambulatórios e demais cenários”, lembra.
Luzia é a primeira médica mulher a trabalhar no Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá; e a primeira – e ainda a única – mulher a ocupar o cargo de Secretária de Estado da Saúde. A professora comenta ainda que este crescimento não acontece apenas na graduação, mas também é percebido na residência médica.
“Não existe mais território masculino no campo da medicina. No leste europeu, há países em que as mulheres somam cerca de 70% da população local de médicos. Nos países nórdicos, isso também é muito marcante. O fato é que, em todo o mundo vem acontecendo o fenômeno da feminização da profissão médica”, pontua. Entre as especialidades, a professora destaca que, antigamente existia uma certa divisão, ou seja, as que eram ditas como femininas e as masculinas, “mas hoje é possível observar o interesse e a entrada expressiva de mulheres em áreas cirúrgicas, neurológicas e cardiológicas, por exemplo, que antes eram ocupadas maciçamente por homens”.
Luzia acrescenta que a quantidade de médicos inscritos no CRMMT já ultrapassou o número de 11.000. Por outro lado, o total de médicos e médicas que estão no mercado, os médicos-ativos, somam 8.038, sendo que destes, 4.629 são homens, e 3.409 são mulheres.
“A tendência é de que o estoque seja mais feminino em breve. Em Alagoas e no Rio de Janeiro já percebemos a virada no percentual. O esperado é que isso aconteça em todo o Brasil. Fui a primeira mulher em algumas conquistas em Cuiabá e o desejo, é de que outras também ocupem cada vez mais espaços nos próximos anos”, finaliza a professora.