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Agricultura cresce 460% no Cerrado desde 1985 e ocupa área maior que o Paraná

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Na Bahia, a área para cultivo quintuplicou em 36 anos; pecuária apresentou taxa de crescimento menor, mas é o principal tipo de uso da terra no bioma –
Agricultura cresce 460% no Cerrado desde 1985 e ocupa área maior que o Paraná

A área de agricultura no Cerrado cresceu 460% nos últimos 36 anos e já ocupa uma extensão de terras maior que o estado do Paraná. Eram 23 milhões de hectares destinados à atividade em 2020, enquanto em 1985 estavam ocupados 4 milhões de ha, um crescimento de 5,6 vezes. Os dados são da nova coleção da iniciativa MapBiomas e foram apresentados em evento específico para o bioma nesta sexta-feira (10), a partir das 10h30, no canal do MapBiomas Brasil no YouTube. 

O Cerrado tem hoje 13,2% de seu território coberto pela agricultura, mas é a pastagem que representa o principal tipo de uso antrópico do bioma, ocupando 23,7%. De 1985 a 2020, a área de pastagem passou de 38 milhões para 47 milhões de ha, um aumento de quase 23%. Considerando toda a expansão agropecuária no Cerrado, com áreas de floresta plantada, agricultura, pastagem e áreas mistas entre essas duas últimas atividades, houve uma alta de 42,5% em relação a 1985. 

A Bahia é campeã no aumento relativo da área de agricultura, que quintuplicou esse tipo de uso do solo no período. É seguida por Roraima, onde a agricultura cresceu 3,8 vezes no trecho de Cerrado, e Piauí, que triplicou a área agrícola no bioma a partir do final da década de 1990. 

“Os dados mostram claramente que há um processo acelerado de conversão de áreas naturais no Matopiba, tal como foi observado anteriormente em outros estados do Cerrado”, explica a coordenadora científica do MapBiomas, Julia Shimbo, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). No Matopiba, região que cobre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a área de agropecuária mais que dobrou entre 1985 e 2020. 

Já os estados com maior aumento da agropecuária acumulado nos últimos 36 anos são Mato Grosso, que duplicou a área (de 6,5 para 13,3 milhões de ha), Goiás (de 17,1 para 21,1 milhões de ha) e Mato Grosso do Sul (de 13,1 para 16,5 milhões de ha). 

De 1985 a 2020 o Cerrado perdeu 19,8% de sua vegetação nativa, ou 26,5 milhões de ha, que equivalem a uma área maior que a do Piauí. A expansão da agropecuária no bioma no mesmo período é quase complementar: foram 26,2 milhões de hectares destinados à atividade. Atualmente, a agropecuária ocupa 44,2% do Cerrado. 

Bioma em crise 

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, com 198 milhões de hectares, e apresenta diferentes tipos de vegetação nativa. Como hotspot de biodiversidade, é a savana mais biodiversa do mundo e está sob elevado grau de ameaça. Quase metade já foi desmatada: 54,5% de seu território ainda é coberto por vegetação nativa, sendo que formações dos tipos savana (30,3%) e floresta (14,3%) são predominantes. A formação campestre representa 7,3% do bioma. 

Uma das novidades da Coleção 6 do MapBiomas é a inclusão da nova classe de áreas úmidas do Cerrado, como campos úmidos, veredas, savanas parques e brejos. Também esses ambientes têm sofrido transformações: foram 582 mil hectares suprimidos desde 1985, ou 10,3% de perda das áreas alagadas. Dessa área convertida, 61% foram destinados à agropecuária, especialmente pastagem, e 32% viraram outro tipo de vegetação, como campo, savana e até floresta. 

Fonte: AViV Comunicação

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